O treinamento de força vem sendo cada vez mais estudado em detalhes, especialmente no que diz respeito à hipertrofia muscular regional. Um dos temas que tem ganhado destaque é o impacto da posição do quadril em determinados exercícios como a cadeira extensora.
Um estudo recente, publicado no Journal of Sports Sciences (2025), analisou os efeitos do ângulo de flexão do quadril na hipertrofia do quadríceps femoral durante o exercício de extensão de joelho (cadeira extensora). Os resultados trazem implicações diretas para a prática de personal trainers, estudantes de educação física e praticantes de musculação.
O Estudo
Os pesquisadores compararam dois ângulos de flexão do quadril:
- 90° de flexão do quadril (posição mais ereta, semelhante a sentar-se em um banco tradicional).
- 40° de flexão do quadril (tronco mais inclinado para trás).
Ambos os grupos realizaram o exercício de extensão de joelho no mesmo padrão de movimento, variando apenas a posição do quadril.
Resultados da hipertrofia regional
Análise dos resultados
Os achados mostram que a posição do quadril influencia de forma significativa o padrão de hipertrofia dentro do quadríceps.
- Maior ativação do reto femoral em 40° de flexão
- A posição mais inclinada (40°) resultou em maior hipertrofia do reto femoral, tanto na porção proximal quanto distal. Isso pode estar relacionado ao alongamento do músculo nessa posição, favorecendo estímulos mecânicos e metabólicos.
- Estímulo equilibrado no vasto lateral com 90° de flexão
- Apesar de ganhos no vasto lateral aparecerem em ambas as posições, a flexão de 90° apresentou valores ligeiramente superiores no VL distal (+11,8%) em comparação com a posição de 40°.
O que isso significa para o treino?
- Se o objetivo é ênfase no reto femoral: utilizar a cadeira extensora em posição mais reclinada (40°) pode ser interessante, mas vale ressaltar, as duas variações são ótimas oções.
- Se o foco é no vasto lateral: a posição mais tradicional (90°) pode trazer resultados mais consistentes.
- Estratégia de periodização: variar os ângulos ao longo das semanas pode potencializar ganhos, evitando platôs e estimulando o quadríceps de forma global.
Conclusão
Esse estudo reforça a importância de ajustes sutis na execução de exercícios para alcançar resultados específicos na hipertrofia. A ciência da musculação continua mostrando que detalhes biomecânicos fazem toda a diferença na prática.
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